In CNIS, "Notícias à sexta" de 19-04-2013
No dia 18 de Abril, o Instituto
Nacional de Estatística (INE) e a Cooperativa António Sérgio para a Economia
Social (CASES) promoveram a sessão de apresentação dos resultados da Conta
Satélite da Economia Social para 2010 e do inquérito ao trabalho voluntário
2012.
Estamos a descobrir a força da sociedade portuguesa que se manifesta
por via deste sector», afirmou o Secretário de Estado da Solidariedade e
Segurança Social, Marco António Costa, acrescentando que «esta força tem uma
dimensão múltipla: social, solidária, humanista e económica» sendo «uma
alavanca importante para o progresso do País».
Referindo que «a partir de hoje, não será mais possível ignorar a força
da economia social, a sua importância estratégica e determinação para o
desenvolvimento económico completo do País», o Secretário de Estado sublinhou
que «esta conta satélite veio revelar, de forma inequívoca, factos
extraordinários que servirão de apoio à negociação do futuro fundo europeu de
investimento».
A conta satélite da economia
social, poderá ser consultada em:
http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOESpub_boui=157543613&PUBLICACOESmodo=2
A
Conta Satélite da Economia Social (CSES) foi elaborada no âmbito do Protocolo de cooperação
assinado em 2011 entre o Instituto
Nacional de Estatística, I.P. (INE) e a Cooperativa António Sérgio para a
Economia Social, CIPRL (CASES).
A caracterização da Economia
Social em Portugal baseou-se na análise,
por tipo de actividade, do número de entidades (universo)
e dos agregados macroeconómicos das Organizações da
Economia Social (OES). As principais conclusões a destacar são:
·
Em termos de dimensão relativa do sector, em 2010 o Valor
Acrescentado Bruto (VAB) da Economia Social representou 2,8% do VAB nacional
total e 5,5% do emprego remunerado (equivalente a tempo completo - ETC).
·
A remuneração média
(por ETC) nas OES correspondeu a 83,1% da média nacional, embora apresentando
uma dispersão significativa.
·
Das 55 383
unidades consideradas no âmbito da Economia Social em 2010, as Associações e
outras OES representavam 94,0%,
sendo responsáveis por 54,1% do VAB e 64,9% do emprego (ETC remunerado). As
Cooperativas constituíam o segundo grupo de entidades da Economia Social com
maior peso relativo, em termos do número de unidades, VAB e remunerações.
·
Perto de metade (48,4%) das OES exerciam actividades na
área da cultura, desporto e recreio, mas o seu peso em termos de VAB e emprego
remunerado (ETC) era relativamente diminuto (6,8% e 5,4%, respectivamente);
·
A acção social gerou 41,3% do Valor Acrescentado Bruto
(VAB) das OES, sendo responsável por 48,6% do emprego remunerado (ETC);
·
Em 2010, o sector da Economia Social registou uma
necessidade líquida de financiamento de 570,7 milhões de euros. Contudo, as
Cooperativas (fundamentalmente devido às que se integram na área financeira),
as Mutualidades e Fundações da Economia Social apresentaram capacidade líquida
de financiamento;
·
Os recursos das OES foram fundamentalmente gerados pela produção
(62,8%) e por outras transferências correntes e outros subsídios à produção
(23,8%). As despesas das OES consistiram, principalmente, em consumo intermédio
(31,4%), remunerações (26,8%) e transferências sociais (24,3%);
·
Em 2010, existiam
5022 Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS). Estas representaram 50,1% do VAB, 42,6% das remunerações e 38,2% da
necessidade líquida de financiamento da Economia Social.
Na caracterização
do Voluntariado em Portugal, em 2012,
destacam-se alguns resultados:
·
Em 2012, 11,5% da população residente com 15 ou mais anos
participou em, pelo menos, uma actividade formal e/ou informal de trabalho
voluntário, o que representou quase 1 milhão e 40 mil voluntários;
·
Foi possível definir um perfil sintético do voluntário:
nas actividades de trabalho voluntário formal destacaram-se os indivíduos mais
jovens, desempregados e com níveis de escolaridade mais elevados; predominaram
as mulheres e indivíduos solteiros. Nas actividades de trabalho voluntário
informal prevaleceram pessoas com mais idade e com maiores níveis de
escolaridade, verificando-se uma maior taxa de voluntariado dos indivíduos
desempregados e, também, maior proporção de indivíduos divorciados/separados;
·
O Inquérito ao Trabalho Voluntário permitiu,
adicionalmente, determinar o trabalho voluntário afito à Economia Social em
2012. Utilizando como referência o emprego total da Economia Social (expresso
em ETC) em 2010, foi possível observar que o trabalho voluntário na Economia
Social correspondeu a cerca de 40% do primeiro, o que confirma a importância
deste recurso para as OES.
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