Líder
parlamentar socialista defende um reforço na contratação do Estado com
instituições de solidariedade social e quer que o PS e o Governo percam o
“complexo de esquerda” em relação a estas entidades.
25 de Maio
de 2017, 13:01
Foto Nuno
Ferreira Santos
Não há como
disfarçar que os socialistas andam contentes com os resultados do Governo, mas
nas palavras passam a ideia de contenção. No primeiro dia de jornadas
parlamentares do PS, o líder parlamentar Carlos César repete a ideia de que o
partido não quer “embarcar em euforias”, mas também não quer “pelo contrário,
promover a ocultação do que tem sido positivo no país”.
“Quando ouço
dizer que não nos tomemos por euforias, não embandeiremos em arco, temos de ter
consciência do seguinte: que estamos a ter bons resultados, estamos, que
estamos a ter grandes sucessos, estamos. Que o governo do PS é responsável por
isso, é em muito, é o principal responsável por esses sucessos, mas o governo
do PS deve ter consciência e estamos aqui para alertá-lo que estes sucessos são
sucessos que têm de ser continuados, duradouros e têm de atingir Portugal
inteiro, contribuindo assim para reduzir as desigualdades”, disse aos
jornalistas em Bragança, depois de uma visita a uma instituição particular de
solidariedade social, a Obra Social Padre Miguel.
Na
instituição, Carlos César ouviu um pedido e uma queixa: o director da
instituição quer fazer obras de alargamento, por outro lado, queixou-se do
efeito do aumento do salário mínimo nacional, que aumentou a folha salarial em
cerca de 40 mil euros. Perante estas críticas, o presidente do PS diz que os
recentes indicadores da economia mostram que é possível fazer o aumento do
salário mínimo como está desenhado “sem necessidade de compensações aos
sectores mais atingidos nas suas despesas salariais”.
Contudo,
isso não quer dizer que o socialista defenda que deve haver um refreio na
relação do Estado com as IPSS. Antes pelo contrário. Carlos César diz que a
“contratação deve ser reforçada” uma vez que, para o socialista, é preciso ter
“sempre presente que não é o Estado que incumbe qualquer exclusivo ou sequer
prioridade em prestar estes apoios por todo o território nacional”.
O presidente
do grupo parlamentar do PS aproxima-se assim mais do que era defendido pelo
anterior Governo no que toca à relação com as IPSS, dizendo no entanto que houve
“sempre um equívoco”, uma “espécie de complexo de esquerda, que também passa
pelo PS e às vezes para o Governo de que as IPSS são instituições em relação às
quais devemos ter primeiro uma reserva e depois um apoios comedido”.
Na prática,
para já, o partido não tem nenhuma iniciativa legislativa nesse sentido.
Contudo, já ouviu do Governo a vontade de reforço dos acordos de cooperação com
estas instituições.
Sem comentários:
Enviar um comentário